Por Sergio Vidal
Esta estabelecimento colombiano se converteu na primeira farmácia canábica do país e atende mais de 450 pacientes com diferentes tipos de doenças e enfermidades. Na falta de uma regulamentação do governo para poderem trabalhar eles criaram as próprias regras para assegurar a qualidade da erva cultivada e dos remédios produzidos. seu objetivo é garantir o máximo de qualidade em todas as etapas do processo produtivo.
Em Bogotá, capital da Colômbia, esta sediada a Ganja Farm, empresa que cria diferentes produtos terapêuticos à base de cannabis, utilizados por pacientes de diferentes parte do país. Suas instalações se dividem em 3 espaço: Um jardim onde cultivam 19 plantas com autorização do governo, um laboratório onde fazem extrações do óleo da planta e produzem tinturas, cremes, pomadas e outros produtos e um escritório, que se converteu num a área para estoque improvisada, mas também recebem inúmeras pessoas que buscam informações sobre o uso terapêutica da maconha e do seu óleo.
O estabelecimento nasceu em outubro de 2015 através a união dos esforços de 3 pessoas: Pilar Sánchez, Denis Contri e Camilo Cruz. Em menos de 1 mês de trabalho eles já tinham uma lista com mais de 50 pessoas que esperavam para receber óleo de cannabis como opção terapêutica aos remédios tradicionais. Hoje, são 450. "Temos muitos produtos orais e de aplicação tópica e garantimos que desde a semente todo processo é limpo", afirmam eles. Eles mesmos cultivam, colhem e secam as flores e preparam as extrações e medicamentos. São realizadas extrações em frio e quente, de acordo com cada necessidade e sempre são utilizadas sementes selecionadas e de bancos certificados com o fim de controlar ao máximo as porcentagens de CBD e demais canabinóides para fazer o remédio da maneira mais adequada as necessidades dos pacientes. "Isso é algo que dá segurança ao público", afirmam.
Já que a lei estabelece um limite de 20 plantas eles cultivam 19 plantas, com as quais conseguiram otimizar o jardim e obter aproximadamente 2 quilos de flores por colheita, a cada 3 meses.
Além dos produtos à base de cannabis existem também produtos tópicos como pomadas e cremes que levam em sua composição outras ervas medicinais, que quando não são cultivadas pela própria Ganja Farm de maneira totalmente orgânica são compradas dos camponeses locais e hortas urbanas de Bogotá, que também seguem padrões orgânicos de produção.
Dos 450 pacientes que formam sua base de dados, 370 utilizam medicamentos de cannabis de forma oral produzidos especialmente para combater enfermidades como câncer e controlar dores consequências da quimio e radioterapia, mas também provocadas por outras doenças como epilepsia, artrose, artrites, reumatismo e outras dores crônicas. O restante combina medicação oral com aplicações tópicas com massagens localizadas que aliviam as dores e inflamações.
Apesar dos preços dos medicamentos não serem baratos porque "têm poucas plantas e o custo da energia elétrica é altíssimo", continuam sendo muito mais baratos que os da farmácias comuns.
São vários os médicos que apoiam a iniciativa: "Alguns pacientes vêm com receitas e então procuramos contato com os médicos, porém eles nunca nos respondem, mas continuam nos enviando pacientes". O que ocorre é que na Colômbia ainda não é fácil desempenhar um trabalho como este pois, apesar de estar do uso medicinal estar previsto na Lei faltam regulamentos que definam as regras, algo semelhante com o que ocorre no Brasil hoje. Então, as pessoa que querem trabalhar nessa área acabam ficando com um campo de atuação num limbo legal.
Ganja Farm está registrada na Câmara de Comércio e inclusive tem autorização do INVIMA para trabalhar, Instituto Nacional de Vigilância de Medicamentos y Alimentos, a instituição responsável por emitir autorizações deste tipo. Porém, apesar da legalização do uso medicinal, nenhuma instituição colombiana definiu quais são as regras para uma farmácia canábica. Por isso, a raiz da Ganja Farm nasceu da Associação para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis na Colômbia, uma organização formada por produtores, cultivadores, coletivos e empresas de todo o país que trabalham com cannabis com o fim de trabalhar em equipe pela auto-regulamentação da planta no país. "Nos inventamos as regras, copiamos do modelo Europeu e mantemos um controle exaustivo de quanto colhemos, quanto óleo extraímos, que produtos criamos e a que pacientes se destinam".
FONTE: Dinafem.org
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