Por Sergio Vidal, autor do livro Cannabis Medicinal introdução ao Cultivo
Mensagem de um leitor aqui da região Nordeste do Brasil com a seguinte dúvida:
“Opa galera, bom dia. Se for o Sergio que está por aí, aquele abraço meu chapa. To usando seu livro e ta sendo muito útil. Olha só, to com uma dúvida e queria ver se vocês podem me ajudar. Durante a fase de floração eu posso arrancar algumas folhas grandes que fazem sombra para os galhos que estão mais em baixo? Pois to percebendo que a parte de baixo das minhas plantas estão menos desenvolvidas que as de cima. Um abraço e saudações cannabicas direto de Fortaleza, terra do sol.”
Antes de responder queria agradecer pelo carinho e dizer que fico feliz que meu livro esteja lhe ajudando a aprender mais sobre esta planta. Sobre a sua dúvida eu acredito que a maior parte dos cultivadores mais experientes está de acordo que as melhores, mais gordas e resinadas flores estão nos topos. É da natureza da planta focalizar a energia para o desenvolvimento dos topos em detrimentos das flores inferiores. Mesmo em jardins que utilizam o sol, onde a eficiência luminosa é máxima, essa diferença entre as flores do topo e as flores das partes inferiores do caule e dos galhos é visível. Todas as fotos de plantas de cannabis em floração vemos a expressão dessa característica. Simples assim, as melhores flores estão no topo, e não há nada que se possa fazer para mudar isso.
Sabendo dessa informação, cultivadores experientes procuram então fazer com que as plantas tenham muitos topos, utilizando as mais variadas técnicas para este fim, como amarras, podas, dentre outras. Quanto mais ramificada a planta for, mais topos ela terá, porém é importante fazer com que todos tenha aproximadamente a mesma altura na época do início da floração. Alguns cultivadores que utilizam apenas clones de plantas-mãe selecionadas evitam deixar as plantas crescerem muito, permitindo o desenvolvimento apenas do suficiente para que a planta tenha um bom topo. Dessa forma muitos preferem inclusive florir clones pequenos, mesmo que demande o uso de uma quantidade maior de plantas, mas serão muitas plantas pequenas, mas todas topos, muito melhor do plantas grandes, com muitos galhos e poucos topos.
O que quero dizer com essas informações é que arrancar as folhas das plantas não vai mudar muito o fato de que as flores das partes inferiores serão sempre menores mesmo. Porém, de fato, quanto menos luz uma flor receber, seja ela do topo da planta ou da parte de baixo, menos desenvolvida ela será. Em cultivos no qual se usa estufas com lâmpadas para simular a luz do sol os cultivadores fazem uma “limpeza” na planta antes de colocá-la em fase de floração. A limpeza consiste em arrancar pequenos galhos mal formados na base da planta, deixando apenas aqueles que efetivamente irão produzir flores de topo. Todos os galhos que não estejam à altura dos que estão no topo podem ser removidos. Cultivadores mais safos usam essa fase na qual é obrigatório cortar alguns galhos para produzir clones e assim perpetuar a genética para outras safras. Esses galhos inferiores não iriam se desenvolver bem como flores e nem chegariam perto da qualidade das flores do topo, só servindo para desviar energia das flores principais. Desse modo o que se faz é retirá-los da planta através de clonagem e então cresce-los separadamente para que possam se desenvolver como topos.
Retirar partes das plantas somente se mais da metade da folha estiver danificada por praga, ou no caso da “limpeza” pré-floração. A planta gasta muito tempo e energia para produzir qualquer parte da sua estrutura. A folha serve justamente para captar a energia luminosa emitida pelo sol ou por lâmpadas, para que a planta possa ter combustível para realizar todos os seus processos metebólicos. Arrancar folhas grandes é arrancar partes dos nossos pulmões ou do sistema digestivo. Se a luz não está penetrando até as partes inferiores da planta essas partes devem ser limpadas, ou então deve ser utilizada mais iluminação artificial para suprir a necessidade luminosa para produção de flores ótimas.
Mais uma vez espero que tenham gostado do texto e que ele tenha ajudado a esclarecer mais a respeito da natureza da cannabis. Enviem suas mensagens e dúvidas, preferencialmente com fotos para o e-mail: hempadao@gmail.com
+info: publicado originalmente no blog parceiro Hempadão.
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