domingo, 20 de fevereiro de 2011

Em 2010, foram apreendidas 10.875 pedras de crack e 6.770 papelotes de maconha com crianças e adolescentes em Pernambuco. O problema das drogas é um pesadelo para diversas famílias que têm parentes dependentes. Ainda que difícil, há solução. É o que mostra um estudo sobre as drogas organizado por um psicólogo e analista do Ministério Público de Pernambuco, Gilberto Lúcio da Silva.

O livro “Drogas, Políticas e Práticas” (foto 1) traz as políticas e práticas que podem ser adotadas para resolver o problema. O organizador explica por que decidiu lançar a obra. “Existe uma carência muito grande de estudos em cada região do país, no Nordeste especificamente. Era um desejo antigo reunir trabalhos que expressassem diversas modalidades de prevenção e tratamento”, afirma Gilberto Lúcio (foto 2), que também tem colaborações publicadas no livro “Dependência Química: Prevenção, Tratamento e Políticas Públicas” (foto 3).

Publicações como estas podem ajudar as famílias, as escolas, o governo e as ONGs que lidam com a problemática das drogas.


“O trabalho executado na área deve seguir alguns modelos de atendimento. Existem modelos mundialmente reconhecidos como mais eficazes para tratamento do dependente ou para prevenção do uso. O efeito da droga independe se você é brasileiro, inglês ou chinês. O organismo reage às drogas da mesma forma. Mas o contexto sociocultural é muito importante e a maior parte dos estudos apresentados no livro fala de realidades contextualizadas. A nossa proposta é divulgar e fazer com que os diferentes perfis e personagens dialoguem”, explica o autor.

O perfil dos usuários de drogas não é mais restrito e abrange diversas faixas econômicas e classes sociais. “O que se esperava quando o crack surgiu é que ele fosse isolado em guetos e usado em situações específicas. Mas, infelizmente, em todas as classes sociais e em todos os níveis econômicos, a gente encontra esse problema”, afirma Gilberto Lúcio.

A AÇÃO DA POLÍCIA
A droga transforma os jovens não apenas em vítimas, mas também em infratores quando eles se envolvem no tráfico. A Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) realiza um trabalho específico para identificar e apreender crianças e adolescentes envolvidos com o tráfico de drogas, que não cumprem pena, e sim uma medida socioeducativa para que possam ser reinseridos na sociedade.

“Ela vai desde uma advertência, passando por uma prestação de serviços à comunidade, ou uma liberdade assistida, em que são assistidos por psicólogos e assistentes sociais, e até mesmo, em casos mais graves, uma internação”, afirma o delegado e gerente em exercício da GPCA, Humberto Ramos (foto 4).

O Conselho Tutelar pode ser acionado quando o jovem está em situação de risco. “Isso ocorre quando ele não praticou ato infracional e estava abandonado nas ruas sem a devida atenção pelos pais”, explica o delegado.

PROMESSA DO GOVERNO
Em maio no ano passado, o Governo do Estado lançou um programa de combate ao crack em Pernambuco com um plano de ações sociais integradas de enfrentamento à droga. Na época, foi divulgado que cerca de R$ 15 milhões seriam investidos até o fim de 2010. A promessa era de que as ações iriam beneficiar, por mês, uma média de 17 mil dependentes do crack.

Dos R$ 15 milhões prometidos, apenas R$ 5 milhões foram aplicados. Outra promessa era a de que seriam construídos 31 Centros de Referência e Atendimento aos Usuários de Drogas, mas apenas sete foram criados.

Apesar disso, o coordenador do Programa de Atenção aos Usuários,Rafael West (foto 5), garante que o trabalho realizado está dando resultados. “Já conseguimos atender mais de 1,5 mil pessoas no Estado de Pernambuco. Na semana passada, inauguramos um novo centro em Oricuri. E estamos trabalhando para que, em 2011, possamos firmar o compromisso que o governador Eduardo Campos fez com a população da abertura dos 23 novos centros”, afirma.

Fonte: Pe360graus

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