segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Marcha da Maconha no 51° Congresso da UNE

Por Eduardo Ribeiro (Dudu)

Coordenador Geral do DCE/UFBA

A descriminalização das drogas voltou a ser tema de debate no 51° Congresso da UNE, realizado no mês passado, em Brasília. A mesa sobre o tema, realizada na tarde do dia 16, reuniu uma centena de jovens com o sociólogo carioca, Renato Cinco. Não foi apresentado pela mesa do evento, o motivo para o representante da UNE no CONAD, Sérgio Vidal, não estar presente, apesar de constar na programação.

A apresentação de Cinco levantou questões fundamentais para o debate sobre a descriminalização das drogas no Brasil, relacionando a repressão ao consumo e ao tráfico a uma guerra contra a própria pobreza. A legislação sobre drogas hoje no Brasil privilegia a repressão, em caso, a pobres. Mais de 80% das mortes causadas diretamente pelo uso de drogas, não estão associadas ao uso, mas à violência associada do tráfico.

Avalio que os limites da avaliação de Cinco estão na resistência ao debate quanto a repressão do aparelho de Estado a uma população que além de classe, tem cor. O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. Muitas das mortes são em comunidades populares e a justificativa da polícia é o envolvimento com o tráfico, assumindo o papel de executor sumário de nossa juventude.

Muitas intervenções do público demonstraram preocupações acerca do direito individual ao porte e consumo, passando à margem do direito coletivo à vida e o combate ao racismo institucional.

A atividade foi encerrada com uma Marcha da Maconha pelos corredores da UnB, primeira em um Congresso da UNE, contando com mais de 300 pessoas. Entre gritos de “Chega de morte. Chega de prisão. Vamos defender a legalização!”. A manifestação seguiu sem acompanhamento policial.

2 comentários:

  1. Mas então, Vidal? Porque você não esteve presente no evento? Seria por causa de suas diferenças de abordagem com o Renato Cinco?

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  2. Prezado Manga-Larga,

    Vou narrar o que eu sei. Sei que fui convidado ainda em maio informalmente pra participar do Evento. Em junho veio o convite formal, pedido pra eu enviar meus dados e disseram que minha passagem estava confirmada.

    Me confirmaram a ida na quarta-feira, dia da Abertura do Evento, por telefone. Na quinta-feira, eu liguei para saber da passagem que ainda não tinha recebido o boleto e fui informado de que a passagem havia sido cancelada.

    Fui avisado em cima da hora. Havíamos preparado uma ação de redução de danos e informação pra galera, mas foi tudo por água abaixo.

    A informação passada pela UNE foi de que faltou recursos para pagar todas as passagens e eles tiveram que fazer algumas opções de corte. Ninguém soube me explicar o porque eu fui selecionado para ser cortado.

    É o que sei, mas você pode escrever para a UNE www.une.org.br para consultar.

    Acho importante esse tipo de cobrança por parte dos interessados no debate.

    Um abraço e obrigado pelo comentário.

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