quarta-feira, 27 de junho de 2007

Carta de Repudio do C.C. É de Lei

Enviado pelo Centro de Convivência É de Lei,

CARTA DE REPÚDIO

O Centro de Convivência É de Lei, instituição que desde 1998 atua na perspectiva da Redução de Danos com apoio do Ministério da Saúde, repudia as atitudes difamatórias em relação a política de Redução de Danos que nas últimas três semanas, de forma mais abrangente, tem tentado assolar ações sérias de promoção a saúde na cidade de São Paulo.

A Redução de Danos é uma política internacional de atenção aos usuários de drogas lícitas e ilícitas e desde 1994 é promovida pelo governo brasileiro. É uma política que considera a vulnerabilidade de usuários de drogas lícitas e ilícitas frente ao HIV/Aids e as Hepatites Virais, entre outras doenças, e tem dado efetiva resposta a esta realidade, além de promover a cidadania e os Direitos Humanos.

É também uma política responsável na medida em que oferece informações adequadas para a realidade em que vivemos que é justamente a de uso crescente de drogas lícitas e ilícitas. Pelo fato de que o consumo existe, a proposta é que ele se dê de forma consciente, de forma a reduzir os danos, pois apenas pedir que digam não as drogas ilícitas, sem se aprofundar na discussão do sentido e significado do consumo, comércio e legislação de drogas lícitas e ilícitas em nossa cultura, evidentemente não tem funcionado.

O surgimento das drogas se confunde com o surgimento da humanidade, e elas continuam entre nós e certamente continuarão por muito tempo e desta forma propomos um debate que não seja pautado por posições morais, mas sim realistas para enfrentamento desta questão.

Certamente se as pessoas tivessem informações adequadas sobre o consumo de álcool, muito presente na vida das famílias brasileiras, o seu consumo não representaria os sérios problemas de saúde pública que enfrentamos atualmente.

Assim nos solidarizamos com os colegas atacados por grupos reacionários às ações responsáveis e realistas de atenção ao fenômeno das drogas, que por sua vez se mostraram contrários ao direito básico de acesso à saúde de todo e qualquer cidadão. Solicitamos o apoio público dos órgãos governamentais financiadores destas ações e das instituições parceiras ao trabalho de Redução de Danos. E convidamos a todos estes e a sociedade em geral para um debate sobre as ações dirigidas às pessoas que usam ou usarão álcool, tabaco ou outras drogas.

Atenciosamente,

Junho, 2007

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