segunda-feira, 5 de março de 2007

Legalização: O debate retomado


Desde o prícipio da perseguição às pessoas que consomem drogas, ainda no século XIX, sempre existiram indivíduos e grupos que defendiam a legalização como uma alternativa mais racional à proibição. Não se tratavam de pessoas que consumiam interessadas em assegurar o acesso à substância, mas pessoas que reconheciam nas políticas proibicionistas uma violência às liberdades individuais e ao Estado de Direito. No entanto, desde a década de 1980, diversos estudos vêm apontando razões menos éticas para efetuar tais modificações. Diversos pesquisadores passaram a apontar para os custos econômicos e sociais altíssimos em se manter as políticas de repressão e perseguição ao consumo.

No último dia 13 de fevereiro, o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), declarou que a legalização das drogas poderia ser discutida como uma alternativa muito mais interessante e menos hipocrita do que a proibição. No dia 2 de março, Wadih Damouso, Presidente da OAB-RJ, resolveu pegar carona na declaração do governador e também se colocou favorável às discussões sobre legalização.

Ora, é ótimo que todos agora estejam querendo levantar tal discussão. Ainda que os consumidores e estudiosos do tema sempre tenham sido ignorados por todoas essas décadas, sempre é hora de se descartar velhas posturas e procurar humildemente aceitar o erro cometido. Mas, daí à Folha de São Paulo afirmar que Sérgio Cabral é um dos principais defensores da causa no país vai uma certa distância.

E todas as passeatas que terminaram em repressão policial? E todos os anos de luta do Dep. Fernando Gabeira e seus aliados? E todos os esforços de coletivos de redução de danos como o Growroom e outros? E os debates e considerações de pesquisadores e estudiosos do tema?

Então, quer dizer que a idéia só é interessante quando é proposta por um governador?

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