MUSEU DO FUMANTE

Por Luísa Saad, da Central de Informações ANANDA (CIA)

Se o século XX assistiu ao auge dos cigarros industrializados e das propagandas pró-tabaco, vivemos agora o fim da época do glamour da fumaça, sob uma enxurrada de campanhas antitabagistas.

Em pleno momento de exclusão do fumante, quando até as mais importantes figuras tem que se retirar de bares ou restaurantes para darem uma baforada, o Museu do Fumante em Paris explora a cultura e o glamour do cigarro.

O Museu apresenta gravuras dos séculos XVI a XX, cachimbos, maços, charutos, narguilés, isqueiros e cinzeiros e conta com uma lojinha no fim do tour para os adeptos a uma fumacinha. Raramente associando o cigarro à doenças, o Museu explora a cultura do cigarro e não seus aspectos fisiológicos.

Os homens são maioria nas imagens antigas, mas as mulheres aparecem frequentemente em função do charme e sensualidade atribuídos a elas durante as baforadas. Entre as divas figuram Jane Fonda, Marilyn Monroe, Sharon Stone, Brigitte Bardot, Isabella Rosselini e Catherine Deneuve, essa última presente na inauguração do Museu. Entre os homens aparecem Dustin Hoffman, Gene Kely, os Beatles, Bob Marley e até Bart Simpson.

Se no mundo antigo o tabaco era utilizado em rituais, na modernidade passou a ser a droga lícita que aumenta a concentração, reduz a ansiedade e dá sensação de prazer. A dependência que cria, segundo o pneumologista Frederico Fernandes, do grupo de tabagismo da Universidade de São Paulo, é considerada muito maior que a da heroína ou do álcool.

O Musée Du Fumeur cultua o prazer de fumar, cada vez mais em baixa nas sociedades contemporâneas. Em tempo: dentro do Museu é proibido fumar.