terça-feira, 19 de junho de 2007

Fapesp faz ataque a política de Redução de Danos

Do alto das estrelas

Notícia publicada no site Globo.com hoje aqui.
"Fapesp suspende recursos para projeto polêmico sobre ecstasyPanfletos ensinam estudantes a utilizar a droga com menos risco.Fundação diz que vai analisar conteúdo dos informativos.Simone Harnik Do G1, em São PauloFlyers com informações sobre como reduzir riscos do uso de ecstasy (Foto: Simone Harnik/ G1)
Flyer polêmico ensina estudantes como reduzir efeito do ecstasy
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) suspendeu nesta segunda-feira (18) a liberação de recursos para o projeto de pesquisa que distribui flyers com dicas para reduzir os riscos do consumo de ecstasy.No sábado (16), o G1 publicou uma reportagem informando que panfletos sobre os efeitos da utilização da droga estavam sendo distribuídos em universidades e casas noturnas de São Paulo.O público alvo do projeto são jovens de classes sociais altas, os principais consumidores da droga sintética. A molécula de ecstasy é uma metanfetamina, um parente químico muito próximo das anfetaminas, e funciona como estimulante.A Fapesp informou por nota que a liberação dos recursos ficará suspensa “até que sejam averiguados completamente os fatos denunciados”. Apesar de avaliar periodicamente a pesquisa, a instituição pretende conversar com a supervisora do projeto e analisar o conteúdo dos informativos.Em um dos panfletos, a orientação é que, para diminuir os riscos do consumo, uma alternativa “é tomar metade da dose planejada, aguardar os efeitos (pode demorar até 1h) e então decidir se tomará a outra metade”. Os informativos distribuídos têm o logotipo do projeto “Baladaboa” e foram feitos com apoio do Laboratório de Psicofarmacologia da Universidade de São Paulo (USP), da Fapesp e de uma empresa de design, que elaborou o formato.Ao todo são oito tipos diferentes de flyers, produzidos em papel reciclado, tipo cartão, com design moderno. O site do projeto afirma que a intenção é reduzir os danos provocados aos usuários da droga. Há uma seção que diz que o projeto “não encoraja nem promove o uso de ecstasy”. No entanto, um dos títulos do site diz: “Uma balada boa, ainda que sintética e ilegal”.
O G1 tentou contato com a professora responsável pelo laboratório da USP, que supervisiona o projeto, Maria Teresa Araujo Silva, mas ela não foi localizada nessa segunda (18). A professora informou na última sexta-feira (15), que os panfletos não estimulam o uso da droga: “Estão feitas advertências contra os inúmeros perigos, como misturar com outras drogas, falam da segurança no dirigir, da escalada para a dependência”. Segundo ela, a política de redução de riscos das drogas é uma tendência internacional de diversos organismos. A pesquisadora afirmou ainda que o panfleto foi analisado antes de ser distribuído. “A assessoria científica da Fapesp disse que a metodologia está boa”, afirmou Maria Teresa."
Stella Pereira de Almeida é uma das participantes do Projeto Baladaboa. Ela é colaboradora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoatiovos (NEIP). Conheça aqui sua biografia.Para entrar em contato com Stella: stella@usp.brPara entrar em contato com Maria Teresa: teresar@usp.br

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