
As autoridades policiais do Governo Queniano anunciaram na última
terça-feira (24/04) que prenderam 10.000 membros do
MungiKi, comunidade religiosa e milícia de oposição ao governo na qual é praticado uso tradicional da
Cannabis sativa. O termo
MungiKi, em uma tradução pouco generosa significa “Nós somos o povo”, ou, “Somos Nós”, designando dessa forma a crença compartilhada de serem um “povo escolhido”.

Conhecidos principalmente pela polêmica tradição da
mutilação genital feminina, os
MuginKi teriam surgido na década de 1950, na época a revolução Mau Mau e também se auto-denominam como
"The Mau Mau Figthers". Em seus cultos, os pastores fazem um claro apelo para que os negros voltem a sua vida tribal. Possuem fazendas coletivas onde cultivam, entre outros produtos, o tabaco e a Cannabis, elementos essenciais nos seus ritos. Além de celebrar cerimônias religiosas, reintroduziram, apesar de ser legalmente proibida na nova África, as mutilações genitais, muitas vezes imposta à força em meninas e meninos, e a prática da poligamia. Ilegal desde 2002, os
MungiKi continuavam a manter todas as suas atividades e contestar a autoridade do Governo Queniano liderando rebeliões contra o Estado, mesmo na clandestinidade.

Ao comunicar a prisão o comissário da Polícia queniana, general Hussein Ali, declarou:
"Ninguém está autorizado a formular discursos provocadores, injuriosos ou humilhantes contra os seus adversários e particularmente o chefe de Estado no
quadro da campanha eleitoral";
Sobre as declarações de alguns quenianos contra a execução das prisões, ele comenta:
"Infelizmente, existem defensores de Mungiki que estão sempre prontos a condenar
a Polícia pela sua repressão desta seita";
Mas adverte,
"quem incitar a população à violência, à ameaça ou proferir ameaças ou ainda
participar em actos violentos será imediatamente detido e processado
judicialmente seja qual for a sua posição no Governo ou na oposição".
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